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vendredi 22 octobre 2010

EMMA WALLACE in Wonderland

Quero-te tanto





Il faut croire aux étoiles Tes angoisses et tes tourments Ne sont qu'un grain de sable Qu'une larme dans l'océan.
[Richard Anthony]
 Quantas vezes no silêncio das noites te desenhei, na orla dos sonhos, como uma menina pequena desenha arabescos na orla do mar? Moravas nas sombras dos meus olhos, no  meu coração, nas pontas dos dedos, à espera...
Sonhamos vezes sem conta, sem contar acordar e tocar nos sonhos.
Sonhamos vezes sem conta e esperamos os sonhos, mas quando nos deparamos com eles o medo tolhe-nos a voz, e os passos levam-nos no sentido inverso, curiosa contradição!
Quero-te tanto e o medo chama por mim.
Avanço a passo incerto, com o coração nas mãos.
De saber quem és porque tantas vezes te desenhei, recuei assustada no dia em que me deparei contigo.
Deixei-te para trás mas sabia que era inútil, moravas desde há muito à porta da minha alma.
Sabia que não houve, nem haveria alguém como tu, porque os sonhos são pessoais e tu eras o meu...
Quero-te tanto... que o medo chama por mim e eu já não o oiço... 
In: Love letter's 

DONDE VOY - Chyi Yu

Love Letter's


Desesperava-me um coração vazio, uma alma desocupada. Era um caminho sem destino, um abismo. Em contrapartida afligia-me aquele amor tão completo que me invadia até à mais ínfima partícula do corpo, que me invadia, o peito, a pele, todo o ser.
Não havia meio-termo. Nunca houve. Nem meio-termo nem alguém como tu.
Vivo com o fôlego suspenso por uma palavra tua, um olhar, um roçar de dedos... suporto as horas sem ti, os instantes como uma espera em que tudo é feito em função de ti, tudo tem o teu rosto, todos os passos convergem para ti.
Agitam-se borboletas no peito, agitam-se sentimentos e esperas. 

mardi 12 octobre 2010

Eros & Psique - Poema de Fernando Pessoa

A carta que ainda não te escrevi



Paris esbate-se sob a luz morna e triste do cair de tarde de Outono.
Queria sussurrar-te ao ouvido: dá-me um beijo. Passear os dedos pelos teus cabelos, afogar o meu riso no teu, as minhas mãos nas tuas, o meu olhar no teu, o meu corpo no teu... não me digas que é tarde. O tempo não existe.
Não penses no tempo em que não viveremos juntos pensa que um minuto de felicidade vale por uma vida sem emoção. E que é agora que estou aqui face a ti.
O silêncio conta-te coisas que a sensatez cala; o olhar desvia-se furtivo, mas sabes que estou aqui e que se estenderes os dedos poiso na tua mão.
Não é por ser efémera que a borboleta merece menos a vida que a tartaruga.
Os raios de sol brincam nos dedos parados no colo, ávidos dos teus e de ti. Como borboletas à procura da flor onde poisar.
Mas depois tu vais-te. Pois vou. A vida também se ira, e nos vivemos como se ficássemos para sempre. Por isso anda, o tempo não existe, e o sol que brinca nos meus dedos chama pelos teus. 
In: Love Letter's