Cuentame al oido
donde duermen hoy tus miedos,
si aún guardas sus caricias
en la caja del recuerdo. “
LOVG
Não sei se te amo, o quanto te amo, nem de que matéria é feito este amor que me juro sentir por ti.
Tenho o coração apertado e a alma roída pela dúvida. De noite não conto mais carneiro, mas perguntas. Saltam barreiras e voltam, estúpidas, áridas, sombrias.
Não sei se te amo ou se é vício de dar dignidade a esta vontade que tenho de ti. Eu não era assim, ou amava, ou não, não havia meio-termo, não haviam duvidas.
Porque tu, o teu olhar, o teu sorriso, o toque de veludo dos teus dedos e não outro qualquer? Paris tem 2 milhões e meio de habitantes...
De que matérias são feitos os sonhos? Que formula química usa o amor?
E tu duvidas do amor, das palavras, dos sentimentos e eu aqui feita estúpida a tentar deslindar fórmulas químicas, nunca fui boa a química, sempre fui perita em misturas explosivas. Trago uma cicatriz no corpo devido as mas fórmulas de química, ainda arranjo uma no coração devido à minha imprudência.
Olha, “não te amo, quero-te, de um querer bruto e fero que o sangue me devora e não chega ao coração”. E tanto me faz que sejas tu como outro qualquer dos tais dois milhões a meio que gravitam em Paris.
Mas em dois milhões e meio de criaturas humanas, mais nenhuma me toca como me tocas, mais nenhuma me envolve com o olhar, nenhum outro sorriso traz luz à minha rua, nenhumas outras mãos provocam essa reacção química tão perfeita. És como uma peça de puzzle de um jogo de dois milhões e meio de peças, posso encaixar outro no teu lugar, o resultado pode enganar em aparência, mas a imagem nunca será perfeita.
Não compreendas o meu amor, como eu não compreendo a tua ausência dele; na volta das perguntas isso nem é o que mais nos atormenta.
As perguntas saltam barreiras e voltam como carneirinhos, em círculo. Desenham dúvidas e tormentos, esse tormento que julgas que me é essencial a escrever, que nada mais de serio tem, que são apenas tormentos essenciais à escrita. O meu absinto.
E eu quem sou afinal? A borboleta mais torturada do quadro, que teima em bater as asas em duvidas e questões tão pouco essenciais a vida. Tudo passa, tudo de perde, desbota, morre... tudo passa, tudo tem um fim... tudo passa, tudo passa.
E entretanto vamos passando uns pela vida dos outros, sem deixar marcas, sem deixar que nos marquem... andamos assim ao engano; enganados antes de enganarmos os outros com os nossos enganos. Entretanto queremos com uma ma fé inconsciente que os outros sejam exactamente aquilo que esperamos deles. E quase toda a desilusão sobrevêm essencialmente dos enganos que forjamos no coração.
Não te enganes sobre o amor que me leva a escolher-te a ti em dois milhões e meio, para seres o absinto da minha existência, não ponhas no meu coração nem na minha alma as duvidas e os tormentos que te assolam...
Como eu não me enganarei à espera que seja mais do que uma borboleta a mais... uma a menos...
A vida das borboletas dura três dias, deixa que sejas tu a luz desses dias... o resto... pouco importa.
In: Love letter's